Declaração Conjunta pelo Dia Internacional da Mulher 2025

Neste ano, no Dia Internacional da Mulher, o nosso compromisso com os direitos das mulheres e a igualdade de género é mais importante do que nunca. Em 2025, destacamos os desafios globais que enfrentamos em todo o mundo, especialmente para as mulheres em zonas de conflito, aquelas perseguidas por razões políticas e as que lidam com crises globais. Entre esses desafios, a crise da democracia, que afeta severamente a Turquia, se destaca.


Em todo o mundo, mulheres que vivem em zonas de guerra e conflito enfrentam desafios graves, incluindo violência sexual e deslocamento forçado. Embora a resiliência dessas mulheres seja admirável, é evidente a necessidade de medidas de proteção mais
abrangentes e sistemas de apoio eficazes. A comunidade internacional deve priorizar a segurança e os direitos dessas mulheres, reconhecendo o seu papel indispensável na reconstrução da paz social.


Os efeitos generalizados da crise da democracia agravam ainda mais a situação das mulheres na Turquia. A oposição política enfrenta ameaças significativas à liberdade de expressão e de reunião. O tratamento severo do governo turco em relação aos dissidentes resultou em julgamentos arbitrários e prisões baseadas em acusações vagas de terrorismo.
Isso afeta desproporcionalmente membros do Movimento Gülen, dissidentes curdos, jornalistas e ativistas de direitos humanos, e atinge de maneira ainda mais severa as mulheres dissidentes. A repressão sistemática contra defensoras dos direitos das mulheres
ressalta a urgência da solidariedade e intervenção global.


Além disso, a decisão de retirar-se da convenção de Istambul dificultou ainda mais a proteção das mulheres contra a violência doméstica na Turquia. Esse retrocesso na igualdade de género encorajou agressores, aumentando os riscos para as mulheres. De acordo com dados globais recentes das Nações Unidas, a cada 10 minutos, uma mulher é morta por um parceiro íntimo ou membro da família. Até 2024, os feminicídios na Turquia atingiram um número recorde; foi relatado que 421 mulheres foram assassinadas por homens, e a morte de outras 77 mulheres foi classificada como suspeita.


As dificuldades enfrentadas na Turquia são exemplificadas por casos individuais devastadores. Em particular, membros do Movimento Gülen e mulheres curdas são presas sob condições severas e, em alguns casos, detidas imediatamente após o parto. Isso revela a extensão da repressão. Figuras públicas e artistas são submetidos a vigilância excessiva e, em muitos casos, a longas penas de prisão por expressarem opiniões dissidentes ou resistência. A crise democrática generalizada levou à demonização dos grupos de oposição, e as mulheres pertencentes a esses grupos enfrentam ameaças de violência extrema, incluindo estupro e abuso. O aumento dos relatos de tortura, maus-tratos e práticas
degradantes enfatiza a gravidade da crise dos direitos humanos e causa traumas psicológicos duradouros às mulheres. A indiferença do restante da sociedade agrava ainda mais esses problemas.


A solução desses desafios exige ação coletiva e ampla participação. É essencial começar identificando corretamente as questões e aumentando a conscientização.
Combater a apatia social e a inação política é fundamental para promover mudanças.
Campanhas de conscientização devem equilibrar a denúncia das injustiças e a divulgação de histórias inspiradoras de sucesso. Isso é necessário para evitar a desesperança e incentivar ações concretas. Além disso, a consideração cuidadosa das sensibilidades culturais é essencial para garantir que os esforços de proteção dos direitos humanos não entrem em conflito com costumes locais, evitando novas injustiças decorrentes dessas sensibilidades.


Ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, reafirmamos a nossa determinação de lutar por um mundo onde os direitos das mulheres sejam reconhecidos como direitos humanos fundamentais. Devemos nos solidarizar com as mulheres na Turquia e no mundo todo, trabalhando por um futuro onde a igualdade de género não seja apenas um ideal, mas uma realidade. Juntos, podemos tornar o mundo um lugar mais justo para todas as mulheres.

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